אני תלוי באלוהים כל הזמן

quinta-feira, 31 de março de 2011

...ANI ‘OT: BNEI HASOD!

...OS FILHOS DO SEGREDO
                             Por Álef Benavraham

Sou algo além do visto e previsto: Misto de protuberâncias não-imaginárias, circunspectos divergentes em polipontos visuais... Pois há muitos olhos em mim, cada qual com suas peculiaridades: mais diversas e adversas que os catalogáveis e incatalogáveis da fauna... Há variados ouvidos, olfatos, tatos, paladares, que decodificam outros universos de possibilidades, interagindo com infindas modalidades de sentidos... Há multipercepções extra-sensoriais, intra-sensoriais e trans-sensoriais em mim, que descortinam novos mundos... Tenho complexas teias multidimensionais - policentradas e descentradas, dispersas e evasivas, visíveis e invisíveis – cujos filamentos são plenamente sensoriais e multifuncionais, mantendo-me plenamente plugado ao holos, redecodificando-o e reinterpretando-o sob novos prismas e meios... Ocorrem mutações profundas em mim: gêneses evolutivos de novos sensores embrionários que me conectam às teias neuronais de todos os tempos ao mesmo tempo, sugando tudo para dentro de si - tal como um insaciável catalisador – com vista a compor e vivificar formas inimagináveis e inconcebíveis... Absorvo mundos em mim; digiro  inconscientes coletivos; metabolizo informações;  nutro-me da decomposição das idéias, emoções, sensações e vazios alheios. Torno-me um mutante cósmico! ...Mas que espécime sou?! Chamam-me de Segredo! Mas já não há segredos em mim! ...Já sou potencialmente híbrido, transmutado, remodelado, redimensionado, ressignificado, reencarnado, trazido à luz, velado de novo... até que tudo fique revelado! ...Há densidades de informações em minha nova linguagem: novos sistemas de significações que se expressam por canais distintos, a fim de conceberem outras nuanças, formas, valores, perspectivas, crenças... E cada átomo, gene ou célula do meu ser contém um estado de bibliópoles com codificações atemporalmente alternáveis. ...Mas quem acessá-las-á?! E quem acessará o imaterial de mim ou aquilo que transpassa o além-matéria e descodifica-se, e apaga-se, e dissolve-se, e mistura-se como matéria-prima para outra coisa?! ...Nisto torno-me uno com o cosmos, uno com os seres, uno com as coisas, uno com o nada, uno com a vida e a morte, uno com o novo: tudo faz parte de mim e eu faço parte de tudo e do todo, numa troca multilateral e desproporcionalmente recíproca de experiências... Misturando-nos, recompondo-nos, reajustando-nos, transformando-nos, confundindo-nos um com o outro e com os outros, em um ritmo cada vez mais transgênico e volátil.  E novamente o plural conforma-se no singular, quando então assumo ser tão demasiadamente uno, ao ponto de ser só, permanentemente único: Eu fui... o que fui; sou... o que sou; e serei... o que serei! Não há melhores nominações ontológicas à pluralidade de mim!  Vou além do conhecimento, da razão, do mensurável, da cognição, da emoção, do teleológico, do impensável, do imaginário, do devaneio, do possível e impossível... além do inusitado! Existo e resisto para muito além de mim:  Prossigo anos-multi-luzes, piscantes, em diferentes frequências, rumo ao passado e ao futuro, e a todos os pontos  inexplorados - com seus respectivos paralelos, perpendiculares, transversais e contrários, todos simultâneos e imprevisíveis, à semelhança dos elétrons... Implodo e explodo, alternadamente, em todos os pontos de mim, tal como big-bangs aleatórios que embaralham-se e encontram-se em multi-sombras e poli-trevas do tempo-espaço: quando a ordem se faz caos e vice-versa, tudo num só e mesmo instante. ...É assim que me reconstruo, alcançando a identidade densa e imperscrutável do Mistério que se ilumina e se apaga: onde não há sentidos, nem percepções, nem conceitos, nem conhecimentos... Onde não há tempo, nem espaço, nem forma, nem verdade, nem referência, nem princípio, nem fim:   Onde, então,  a iluminação se faz possível... e nascem os esperados “Bnei Hasod”, ou “Filhos do Segredo”: aqueles que guiam sem guiar,  sem caminhos, sem setas, sem atalhos, sem modelos, sem destinos...

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