אני תלוי באלוהים כל הזמן

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"CONTROVERTIDA VIDA..."

                                              Por Álef Rosh Benavraham

                     Minhas escadas foram implodidas e os degraus viraram pedras de tropeços. Em que buraco ainda me resta cair? Que abismo ainda me falta escalar? As peças do jogo foram embaralhadas, a contagem dos pontos tornou-se aleatória às regras pré-estabelecidas... Sinto-me perdido ao vislumbrar o início do fim! Sinto-me desafiado a continuar... Não vejo atalhos ou setas concretas, não vejo mais sentido em caminhar no vazio... Quem quererá seguir meus passos agora? Os rostos conhecidos viraram incógnitas, máscaras folclóricas de uma grande jogada... Quem é quem? Olho e vejo estampas interrogativas! Não há respostas prontas ou verdades fabricadas, tudo ruiu... Tudo na vida é mesmo pueril! Estou à deriva do caos... Meu império fragmenta-se, minhas esperanças espalham-se ao vento, minha alma agora se alucina no miolo de um furacão entorpecido... De onde vim e para onde vou já não faz mais sentido, já estou tonto de tanto girar em torno de mim mesmo. Meus sonhos desgarram-se de mim e esvoaçam como folhas secas... São como papéis que levam embora minhas poesias, minhas mortes traduzidas em palavras... Não é mais possível ler o que dizem, já não dizem mais nada... Não há mais tempo! Tudo agora faz parte do esplendoroso passado... Passado? O que será isto? Será o caminho que me conduziu até ali? Até a decadência daqui? Até o lugar aonde não planejei chegar? Para que ele serve agora? ...Ora, deixe-me com o meu presente insano, com meu tormento efêmero, vagando como peça móvel de um tabuleiro cósmico... Deus é quem guiar-me-á! Ou que outro sentimento mover-me-á nesta senda obscura e incerta? Quem ainda manipular-me-á? Quem salvar-me-á das jogadas escusas que desnorteiam o ausente futuro? Cansei de ser marionete do acaso, do descaso, do caso antigo que há entre a sorte e o azar, entre a ganância e o poder, entre o bem e o mal... Cansei de ser simplória massa plástica, esculpida, entalhada, marcada, impelida a ferro e a fogo em direção aos perversos interesses da corja que alimentei com o próprio sangue... Cansei de me travestir de fé, enquanto prossigo de ré, perdendo-me num retrocesso cíclico, forjando não temer... Sei que agora, no apagar dos holofotes, recolho-me ao próprio ventre escuro, encolho-me na solidão, encontro somente a oquidão de mim mesmo, nutrindo-me da própria entranha degenerativa... Nenhuma outra voz profética ecoa respostas às minhas indagações. Ninguém me diz o que ainda haverá para aprender depois do indesejável fim... Mas se até Deus se impor contra mim, o que ainda restar-me-á?  (Acesse também: http://escritortav.blogspot.com/)

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