אני תלוי באלוהים כל הזמן

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"INTRACOSMOS DE MIM..."

                                              Por Álef Rosh Benavraham 
                        ...Ondas de luz no mar da escuridão anunciam crescente Lua... Satélite de transformações marcantes... Olho de luz que tudo vê... Sonoras ondas de noturno silêncio, acompanham-me em divagações ritualísticas que sinalizam o destino e seus momentos, detonando o início profético da escrita... Lunar magia, sagradas ondas, místico oceano de luzes andantes, reflexos vagantes do olhar solitário... Hoje o luar testemunha prenúncios das ondas que trazem boas-novas: meu ressurgimento em densa sensibilidade... Agora você seguirá em meus atalhos de visões extasiantes que elevam ao transe transitório, às variações multidimensionais do ser, às ovulações da mente que fazem brotar o pensamento em cactos: água da vida retida em espinhos... Espinhosa vida a do mar que se cristaliza em alma! Sou o espumar das ondas que sacodem a areia: infinitos grãos-homens, sólida-metáfora da vida, do contingente de corpos vistos do espaço... Não há vácuo! Só colisão! Não há identidade nos grãos... Fecundo farelos de gentes com indecentes desejos de sonhar para fora de mim... de almejar o céu: convertendo-me em multidões de grãos-estrelas, grãos-planetas, grãos-cosmos, que ainda permanecem como areias no espelho do mar que traz a estrela-guia... Guio-me por ondas incertas, que vão e vêm, quebrando-me, tragando-me novamente para dentro do escuro oceano de mim, sob o luar crescente que ascende meus passos à beira dos abismais atalhos... Só há desertos com vida no olhar... Olho e vejo: pintura viva do céu-mar, natureza linda, luminoso destino que brota do fundo circulante de mim e se espalha ao mundo... Inundo o mundo de cada um de mim, atravesso o tempo-espaço no compasso crescente e uno a tudo no círculo, atando nós, recriando a sós, movimentando sentimentos verdejantes de esperanças até que tudo se funda submerso nos mares e nas marés, sob outra regência que não a minha: a do cometa de luz que me guia sem deixar rastros. Rastejo-me, arrasto-me, busco ouvir seus passos ressonantes que conduzem aos segredos velados nas águas celestiais, nos mares interplanetários, neste infindo cenário que figura minha vida intra-uterina: incontida beleza de divinas-letras, soltas num rodamoinho que busca encarnar-se e ossificar-se em meu ser – sem perder a fluidez da água, girando para recriar diferentes composições a cada volta, numa dança alegórica de sons e miragens... Acompanho o ritmo divino do universo que se revela e se recria pela tela flutuante das ondas desenhadas no mar, das estrelas aspergidas nos céus, das coisas reveladas sob outras perspectivas na mente visionária do poeta que ornamenta a própria vida com letras coloridas, palavras-corpos, contornos concretos... que conduzem ao além-pensamento, traçando o perfil das muitas novidades que emanam deste cântaro celeste que está sendo derramado, trazendo enxurradas de vívidas e escorregadias idéias advindas do verbo estelar, gerando nova fusão da terra, céu e mar dentro da minha alma de poeta-profeta. E tenho que continuar migrando como restaurador de mim mesmo, imerso em viagens aos desconhecidos universos interiores, buscando reconhecer as legiões dos intra-abismos, salvando as multidões de povos disformes que ainda modelam minha ilusória identidade, tal como os grãos-homens que contornam e limitam o mar... Mas não sou intracosmos qualquer! Sou o verbo-feto advindo do mundo das idéias - embrião de um microcosmo-profeta imerso no útero-cósmico de Deus - metamorfoseando-me nas águas intrépidas deste terceiro milênio para cumprir minha inusitada e intransferível missão de emergir à luz e transvazar a outros mundos pela corpórea e plástica alquimia da escrita... (Acesse também: http://escritortav.blogspot.com/)

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