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domingo, 24 de outubro de 2010

“...RAZÃO OU SOLIDÃO?!”

                                            Por Álef Rosh Benavraham

                Inteligência gélida, espírito ceticista... Forças ultra-racionais aniquilaram-me os sentimentos! Tornei o amor subjugado, fadado a ofuscar-se diante do astro-rei!  Meu coração soterrou-se nos intra-abismos não-floreados, esvaiu-se no vácuo-onipresente, onde só ecoava a dor! Até minhas dores se deixaram doer e fizeram-se vítimas de si mesmas, tal como meu cérebro! ...Arrogante e insubordinável cérebro – que monopolizava atenções, humilhava o coração, enlouquecendo à míngua, em total desprazer! Sempre invejoso por não ter os batimentos musicais do coração, por não pulsar a vida quente e latejante do corpo... Quis que meu coração fosse formado por tecidos neuronais e que se protegesse sob outra caixa craniana, sem olhos ou ouvidos, sem conectividade com o mundo! Tentou aprisioná-lo no cárcere da razão, que buscava manter sua tirania sobre o corpo! ...Mas cansei da solidão e já não quero mais neurotransmissores invadindo minhas veias!... Afinal, que inteligência é esta que não traz felicidade? ...Que guerra é esta que não traz a paz? ...Que lógica é esta que não deixa o amor reviver? ...Que liberdade é esta que mantém os passos atados à solidão e sincronizados com a dor? ...E tal como um astro de indizível magnitude, continua a brilhar num vazio cósmico de infinito distanciamento? Não há sabedoria em desertificar-se, pois careço do oásis-emoção para sobreviver! Ou há genialidade em deitar-se só, acordar só, caminhar só, viver só e morrer só à semelhança das estrelas? Não há amor entre estrelas, tudo é demasiado inacessível! Será este o insano objetivo da razão? ...Não! Pois experimentei a luz: a Razão manda-me amar e ser amado, tal como no romance das ondas com as areias do mar da paixão - que misturam-se fogosa e incansavelmente, recriando-se a cada novo instante! Percebo que fui enganado pela insana solidão: sempre suprema, frondosa, soberba, imponente, majestosa e impiedosamente vaidosa! A solidão é quem realmente dominava-me e escravizava-me por inteiro! Queria-me somente para ela! Sendo ilusionista por natureza, fez-me crer que ela era o cérebro e que o coração pulsava a sua gélida razão para reesignificar a vida... Afastou-me do outro-espelho, dos demais seres, isolando-me em um palco sem platéias... Tornando-me cada vez mais iludido, alienado, solitário, triste e sem vida! Agora a razão iluminou-me: sei que necessito do oxigênio-amor pra revitalizar meus tediosos neurônios! Percebo que a química-amor  já circula em minhas sinapses! Entendo que o amor motiva a inteligência e ajuda a valorar a vida! ...Quero novos valores transdimensionais permeando minha pele! Que me advenham de outro coração por meio da saliva, do beijo, da troca de fluídos e hormônios, da interação de sentimentos embalados à doce melodia sincrônica de dois corpos - suados e encharcados do mais puro prazer!  Quero simplesmente reviver! ...E sequer teorizarei este amor em hebraico ou japonês, nem em português ou inglês! Apenas senti-lo-ei calado na alma, na troca de gemidos-mudos, num misto de êxtases impensáveis e intraduzíveis... (Acesse também: http://escritortav.blogspot.com/)

2 comentários:

  1. Olá!
    Do pouco que já lí sobre você foi o suficiente para perceber um talento interessante!
    "Arrogante e insubordinável cérebro" Adorei!
    Parabéns pelo blog, e principalmente pela coragem em expor seus pensamentos, sua arte!
    Te admiro um pouco mais!
    Lily Sofer!

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  2. Oi Lily!!! Fico feliz q tenha deixado seu comentário! Vc é muito especial... Talento eu não sei... mas coragem eu tenho bastante! ahahah!!! Acho q este texto revela a origem da "auto-sabotagem... rsss!!! Saudades! Bjs!

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