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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Poesia Social (da 06 a 10)

(Continuação...)

Livro: Lendas de Um Coração - Poesia em Defesa da Igualdade - Vol. I-2,
Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias.




6.      RATO DE GABINETE

Estou quase comendo
Na ratoeira
De gatos escaldados,
Ou servindo de cobaia
Em politicagens eleitoreiras...
Nunca consigo
Comer o queijo oferecido,
Não me servem no prato,
Nem de mão beijada...
Quando eu comer migalhas
De um queijo fácil,
Ficarei preso na ratoeira
Daqueles que se alimentam
De todo rato de esgoto
Que possa incomodá-los
No lixo de seus gabinetes...



7.      COLHEITA MAL  DITA

Produtores de plantas artificiais,
Artífices do caos nacional,
Que só semeiam e cultivam
A cultura do dólar...
Exportadores de marmeladas,
Importadores de ópio,
Que constroem arenas populares
E apostam no sangue
Do trabalhador que vive lutando...
Apostam na bolsa de valores,
Esvaziam a bolsa e o bolso
Dessa gente que morre apanhando
Nas arenas industriais...
Industrializam tudo e todos
Em nome do vil capital,
Criam mercados selvagens
Onde o instinto chama-se ganância,
Onde a luta só é ganha
Com artifícios da corrupção...
Mercenários artificiais,
Belas plantas ornamentais
Que não tem nada além
De seivas podres e secas,
Profundas raízes do mal,
Ambigüidade ética
E dualismo moral...
Defendem plástico, papel,
Ferro, pau e exploração
De indústrias poluentes
Que obrigam crianças miseráveis
E suas famílias analfabetas
A serem operárias do caos...
Dependentes químicos do formol,
Com multiformes facetas disformes,
Sem vida, sem alma, sem luz,
Sem dignidade natural...
Amantes da artificialidade
E do verde do dólar,
Defensores de taxas e impostos,
Impostores por natureza...
Cultivados pela máfia do sistema,
Pulverizados pelo estrangeiro,
Envernizados pela mídia
E escolhidos por cada um de nós
Nestas últimas colheitas
De gigantesca plantas carnívoras...



8.      CIDADANIA VIRA-LATA

Você me agride, humilha,
Pisa na minha vaidade,
Defeca sobre meu brio,
Trata-me com piedade...
Enquanto preciso de colo,
Carinho, elogio, atenção,
De brincar com você,
Rolar ao tapete
No lugar do poodle...
Mas você, sempre frio,
Volta a insinuar
Que devo ficar satisfeito,
Agraciado,
Por você me criar assim,
Preso na coleira,
Como cachorro leproso
Que precisa só de ração...
Vive cobrando
Que eu abane o rabinho,
Enquanto mijo-me de medo,
Encolhido, adestro,
Sem latir ou rosnar...
Engulo minhas mágoas,
Uivo sozinho num canto,
Com medo de ser visto
Como vira-lata infiel,
Levado pela carrocinha...
Talvez fosse melhor
Arrebentar a corrente,
Rosnar, morder, dilacerar,
Fugir como pit bull raivoso,
Sem dono, sem destino,
Relutante pela vida...



9.      CIDADÃO-QUEM

...Quem se camufla de imunidade
Para se manter impune,
Enquanto o corporativismo
O esconde por trás
Do admirável patriotismo
E da segurança nacional?
...Quem dita normas
E impõe soluções democráticas
Para lavar o dinheiro sujo
E sujar a imagem do Brasil?
...Quem agride o ecossistema,
Fazendo vistas grossas,
Ou explorando riquezas naturais
Para despachá-las pelos fundos;
Pisando nas reais necessidades
Do meio ambiente,
Cuja vítima central
É o pobre homo sapiens
Que nunca sabe de nada?
...Quem mantém o pobre
Como bicho irracional,
Incapaz de aprender, evoluir,
Prosperar e participar ativamente
Nas decisões político-sociais?
...Quem sustenta nossa pátria
Como imenso zoológico
E rentável criação
De burros de cargas?
...Quem é o deus da corrupção,
Imponente e soberano,
Que se coloca a articular
O destino dos bichos-brasileiros,
Dos escravos remunerados,
Das escórias migratórias?
...Quem?



10.      VAZIO

Gente oca,
Cheia de um vazio
Que martela no fundo
E ecoa pelo vácuo
Da fome escrava do pão...
Vazio é o estômago,
Cheio de úlceras nervosas,
Do estresse que alimenta
E atormenta essa gente
Desesperada e enlouquecida
Com o vazio de Deus...
Vazio de tudo,
Tudo vazio por dentro,
Cheio de choro e lamento,
De mágoa e pavor...
Povo cheio de Deus
Na incessante busca vazia
De vinho e de pão...


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