Poesia Social (da 36 a 40)

(Continuação...)

Livro: Lendas de Um Coração - Poesia em Defesa da Igualdade - Vol. I-2,
Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias.

36.      ANDANDO PARA FRENTE

Não queremos entender a volta,

A revolta que a ré traz,

A revolta que sempre volta...

Não queremos entender para que rodar,

Nem porque o mundo roda

No mesmo lugar,

Ou porque a roda gira...

Não queremos entender a explicação,

Já que o mundo em rotação

Muda tudo o que aprendemos,

E o tempo faz morrer

Todo nosso entendimento...

Só queremos viver, viver, viver...

Viver sem precisar reviver

As revoltas das voltas da ré,

Sem ver morrer a fé

De chegar aonde queremos...

37.      PÂNICO

Ir à peleja,

Não conseguir lutar...

Fugindo, uivando,

Vivendo em lágrimas,

Tendo que suportar...

Perdendo esperanças

De ver o sol raiar,

Vendo apenas trevas gasosas

Que tentam sufocar...

Terrível pesadelo

Jamais poder cochilar,

Fechando saídas,

Bloqueando entradas,

Na ânsia de acordar...

Bichos nascendo do nada

Para tentar devorar,

Ouvindo setas voando

Vozes tentando perturbar...

Que tragédia emocional,

Intrínseca guerra nuclear...

Sofrendo a condenação

De não poder suportar

O desespero, a impotência, a dor,

Que a desigualdade faz brotar...

38.      PRECIPÍCIO

Predador indigno que corre,

Foge ao precipício,

Desce ao mais desprezível nível

Do desrespeito humano...

Leva-nos todos ao abismo insondável,

Que estava virgem

À espera dos predadores,

De vítimas que deflorassem

As sombras profundas...

Que rompessem o hímen

Com a queda,

Fecundando as trevas

Na ejaculação da morte...

39.      CANTO DE ESPERANÇA

Melodia de esperança

Que os povos entoam

E o vento leva...

Coral de vozes silvestres,

De aves, répteis,

Anfíbios, insetos, bactérias...

Hinos de louvor

Ao Autor da criação,

Clamores de misericórdia,

Pedidos de salvação...

Cantos que choram

Musicalidades de prantos,

Que estão sendo abafados

Pelos gemidos de horror...

Orquestra afinada,

Que a cada dia

Tem menos vozes

Com tom de esperança...

E até parece canto de guerra,

Sem espectadores,

Nem defensores,

Apenas inimigos...

40.      ALUCINANTES CARÍCIAS

Acaricio-a:

Deixo-a excitada,

Fértil, no cio,

Desejando-me...

Entrego-me a ela...

Deixamo-nos fundir...

Embrenhamo-nos em gemidos,

Em prazeres infecundos:

Alucinante é o coito...

A ideologia faz-me vibrar,

Temer, tremer, estremecer,

Gozando a vida em êxtases...

Se quiser continuar lendo, escolha a numeração na coluna do índice de arquivos, à direita, no topo da página. Ou clique abaixo:
http://escritoralef.blogspot.com/2010/12/poesia-social-da-41-45.html