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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Poesia Social (da 51 a 55)

(Continuação...)

Livro: Lendas de Um Coração - Poesia em Defesa da Igualdade - Vol. I-2,
Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias.





51.      GERAÇÃO 2000

Retardados,
Tardios em suas percepções,
Ignorantes por excelência...
Vivem em decadência,
Preocupados apenas
Com a temperatura do chope,
Com as novidades dos shoppings,
Com o sexo e com sexo...
Retardados sem precedentes,
Que carregam os fardos
Dos pecados de seus ancestrais,
Que rangem os dentes,
Estremecem o corpo,
Estrebucham no chão...
Rastejantes de alma,
Na fila do banco,
À espera do ônibus,
À espera do pão...
Acham que a vida é tormento
E mergulham na mesmice
De afogar as mágoas da ressaca,
Enquanto aguardam o messias
À mesa do botequim...



52.      MASSA DE MANOBRA

Massas de modelar,
De manobra, de cozinhar,
Tudo agonizando à volta de mim...
Massas decompondo-se:
Banquetes aos abutres,
Aos oleiros,
Aos cozinheiros dos reis...
Urubus-reais devoradores
Dos corpos desmodelados,
Desfigurados pela manobra,
Por obra dos governantes...



53.      A FORMIGUINHA

A formiguinha-rainha
Construía impérios de areia suja,
Enriquecia sempre
Com seus formigueiros...
Prometeu riqueza e estabilidade
A quem pudesse defendê-la...
O grande elefante, forte e corajoso,
Vencia todos os inimigos;
Mas na tentativa de protegê-la,
Também destruía alguns formigueiros...
A formiguinha já era tão rica,
Tinha até o status
De ter um grande elefante,
Que fazia vistas grossas
Aos tremores das terras...
Seu grande palácio
Não tremia, não sofria;
Quem sempre reclamava
Das terríveis pisadas
Eram pequenas operárias
Das distantes províncias...
E ela talvez prefira
Sacrificar alguns formigueiros
Em nome da defesa do império
A ter que punir o guardião...
Ou triste seria para a formiguinha-rainha
E a todos os seus formigueiros,
Ter um gigantesco elefante branco
Como maior inimigo...



54.       ...AH, BRASIL!

Queria poder lhe compor
Uma canção imortal,
Como a de Elvis...
Uma peça de amor
Mais bela e profunda
Que a de Shakespeare...
Queria criar um jargão
Que falasse de amor,
Um amor-maior,
Como o meu por você...
...Ah, Brasil!
Eu queria tanto
Criar um mito inigualável
Que revelasse suas magias,
Uma história insuperável
Que mostrasse seus encantos,
Com um marco a ser seguido
Por todos os mortais...
Queria criar uma religião
Onde somente você fosse
A venerada terra-prometida
Que emana leite e mel...
...Ah, Brasil!
Além de todos os desvarios,
Queria que você se tornasse
A terra-da-igualdade,
O notável referencial
A ser heroicamente conquistado
Pela força do nosso povo,
Num histórico ato de amor...



55.      ANTICAOS

Ser idealista-inconformado
É voltar-se até contra os desígnios
Da impiedosa ira do cristo,
Contra o destino final
Traçado pelo rei-onipotente...
Ninguém conseguirá deter o tempo
E impedir que o juízo divino
Derrame-se sobre a Terra,
Que os anjos iniciem
A revolução do milênio,
Que as pragas apocalípticas
Recaiam redobradas
Sobre os reformadores da ordem...
O espírito do deus cristão
Perturbará os fenômenos da natureza,
Prosperará os agentes da destruição,
Revigorará os predadores,
Atiçará as Forças Armadas
A travarem conflitos mundiais,
Determinará o início do fim...
Se o todo-poderoso
Destinou o sangue, a dor, a fome,
O fogo, o enxofre e o caos
Sobre a fragilidade da raça humana;
Se até anjos, serafins,
Arcanjos e querubins
Estão unidos nesta conspiração;
Se há uma força sobrenatural
Que manipula as leis da natureza
E os ideais terrenos,
Que costura com arame-farpado
As peças deste quebra-cabeça,
Nenhum movimento pacifista
Mudará o curso da história...
Mesmo o amor, a fé,
A esperança e a ideologia branca,
Os sentimentos mais nobres,
Convergir-se-ão ao caminho do fim,
Tornar-se-ão o estopim do caos...
E nenhum ativismo humanitário,
Discurso moral e sentimentalista,
Legislação ou tecnologia
Dos medíocres mortais
Diluirá o sadismo do deus cristão
Ou impedirá o furor do juízo final...
Ainda que assim seja,
Todo o inconformado-idealista
Persistirá em sua altruística missão
De nadar contra a correnteza
Como cidadão misericordioso e iluminado,
Ou mesmo como anticristo obstinado,
Até que o planeta Terra
Mergulhe no buraco-negro
E desintegre-se ao som
Da última trombeta apocalíptica...


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