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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Poesia Social (da 91 a 95)

(Continuação...)

Livro: Lendas de Um Coração - Poesia em Defesa da Igualdade - Vol. I-2,
Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias.



91.      AINDA FALTA

Choro por cada cova,
Por cada capela que vela
A morte do filho
No coração da mãe...
Choro pelas mães, irmãos,
Parentes e amigos que sobrevivem
Enterrados no medo de estarem vivos...
...É só chorar?
Alimento a dor no peito,
Velo estas covas que se abrem
No fundo do meu coração...
...É só velar?
A dor dos outros fere a mim,
Num suplício sem fim,
Sufocando minha esperança
De ver o mundo mudar...
...É só esperar?
Sinto, gemo, silencio,
Respeito a dor dos vivos,
Lamento o silêncio das vítimas,
Também sou vítima de tudo...
...É só lamentar?



92.      IMPERECÍVEL SAL

Arrepio-me diante do mal,
Sinto o sal esculpir-me em vida,
Vejo a luz modelar-me em arte...
Êxtase do amor em mim:
Viro estátua de sal e revivo,
Recebo o espírito divino
Que inspira-me à arte do bem...
O sal derrete pelos meus olhos e póros,
Escorre como tempero ao mundo,
Conservando tudo o que faço...
Vislumbra-me este ofício:
Ser sal, ser luz, ser esperança,
Ser de tudo um pouco
Pelo bem que em mim habita,
Transfigurando-me em faces mil...



93.      RATOS E TRAÇAS

Sobrevivendo no porão,
Ouvi discursos infames
Das suntuosas majestades...
Descobri o porquê das traças
Insistirem em corroer
A estética dos usurpadores...
Admirei a atitude dos ratos
Que percorrem a mansão:
Sem serem percebidos,
A tudo observam...
Vivo como traças e ratos,
Aprendendo a importunar os reis,
Roendo a impostora imagem
Dos senhores e guias...
A aparência deles é loucura...
Dementes donos das verdades,
Donos das vaidades,
Donos dos ratos e traças
Que sobrevivem em seus porões...



94.      FUGA

Olhar o mundo,
Vê-lo com a forma
Do buraco da fechadura...
Abre-se a porta,
Desbrava-se o mundo,
Depara-se com a liberdade
E volta com medo
Para o quarto sujo...
Sujo é o mundo,
Fecha-se tudo,
Até o buraco da fechadura...
Conhecer o mundo,
Perigosa fantasia,
Ele não é aquilo que se via...
Então modelam-se os dias
Com a estética
De um quarto sombrio...
Mas não se pode viver
No escuro,
Escondido do mundo,
Protegido da vida...



95.      ANTICRISTOS

Juízes injustos,
Iníquos da divindade,
Servidores da religião,
Forjadores de verdades...
Aniquiladores dos fracos,
Condutores de cegos,
Doadores de luzes
Que queimam a visão...
Partidários, gananciosos,
Doutores da divindade,
Comerciantes de bênçãos,
Manipuladores de vidas,
Punidores de pecados...
Galardoadores dos santos,
Carrascos dos ignorantes,
Geradores de legalidades...
Multiplicadores de doutrinas,
Defensores de dogmas,
Vendedores de fardos...
Malfeitores de ídolos,
Aliciadores da inocência,
Destruidores da salvação...
Profetas da ira vindoura,
Que suas perniciosidades
Sejam testemunhas contra voces
No verdadeiro tribunal de Deus...


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