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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Poesia Social (da 81 a 85)

(Continuação...)

Livro: Lendas de Um Coração - Poesia em Defesa da Igualdade - Vol. I-2,
Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias.




81.      LENTE LUMINOSA

...Que ferrugem corroeu
A lente luminosa da vida?
...Quem tirou a venda
E nos fez enxergar em preto e branco?
Agora os olhos só percebem
Pequenas pedras de tropeços...
Caminhos tortuosos,
Abismos à beira,
Atalhos que levam ao fim...
...Por que só vemos o fim de tudo?
...Onde estará a fantasia
Que a tudo dá sentido?
...Por que arrancaram-na da vida?
...Quem devolverá o colorido?
Tudo passou tão depressa,
Acabou tão rápido,
Apenas a morte continuou lentamente...
...Como recuperar o que se perdeu?
...Não há brilho que volte?
...Nada será igual ao que era?
...Tudo era e nada é de verdade?
É preciso reencontrar a lente luminosa,
Voltar a ver o amor fluindo
E acreditar que a igualdade tem sentido...



82.      ARQUEOLOGIA

Escorrem lodos entre os dedos,
Os bolores e rugas
Encobrem lástimas belezas
De um povo estacionário
À beira do caos...
Sonhos mumificados,
Necessidades embalsamadas,
Tudo exposto no museu
Empoeirado da vida...
A orquestra já não existe,
O corpo não dança,
As emoções enferrujaram
Diante da gélida razão...
Tornamo-nos amostras vis,
Meras almas empalhadas
Pelos sádicos colecionadores
De sociedades-mortas...



83.      SÍNDROME DO LABIRINTO

Depois que a dignidade se foi,
Entramos num labirinto sem fim,
Com paredes escorregadias,
Onde cada saída
É a entrada de novos presídios...
Estado de coisas indefinidas,
Cadeias de símbolos incógnitos,
Paredes espelhadas,
Jogos de imagens invertidas...
Cada caminho é uma conquista;
Cada conquista, a perda de tudo;
Cada perda, um reinício;
Em cada reinício, um trágico fim...
Esta é a sina do miserável labirinto:
Outras leis nos regem,
Outras sentenças vigoram,
Outras forças nos conduzem...
Estamos sempre condenados a fugir
Dos perigos iminentes,
Provenientes dos eminentes  
Políticos-minotauros...



84.      VITRINES

Galeria de vitrines:
Belas maquiagens expostas,
Olhares sem respostas...
Imagens, sorrisos...
Marketing que ignora
O furo no bolso
Deste manequim interior
Que não se mostra pelo vidro...



85.      INTERPRÉDIOS

Aquele prédio é um intraprédio,
É cada tijolo, cada viga, cada pedra...
Cada grão tem sua história;
Cada suor, vida e contexto;
Por trás de cada vidraça, muitos olhares...
Há sempre alguém num prédio:
Em cada sala, sorrisos,
Lágrimas, medos, expectativas...
Há mesas de chefes, subalternos,
Reuniões, refeições...
Em cada móvel, árvores e florestas;
Em cada floresta, riquezas
Que se constroem e destroem
Para as edificações urbanas...
Quantos prédios, cada um de um jeito;
Em cada jeito, retratos de diferentes ideais;
Ideais de homens, pedras, ferros,
Cada qual proveniente de um mundo...
Vejo mais que metrópoles e injustiças:
Aspiro ao plural-infinito a partir de cada prédio...


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