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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Poesia Social (da 46 a 50)

(Continuação...)

Livro: Lendas de Um Coração - Poesia em Defesa da Igualdade - Vol. I-2,
Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias.



46.      JOGO SOCIAL

Mil faces,
Algumas mirras de ouro,
Nenhuma sorte no jogo...
Vestígios de perdas...
O outro lado da moeda
São caras mascaradas,
Carrascos do azar...
Tabuleiros sob a fé,
Peças esmaltadas em xeque,
Apostas impulsionadas
Pelo odre de vinho,
Torpedos de festejos apagados...
Algumas adrenalinas,
Toxinas da vida,
Peças da trouxa de um andarilho
Seguindo às outras encruzilhadas...
Moedas jogadas no chão,
Damas da noite a ganhar dinheiro
Na roleta russa da sorte...
Faces perdidas do amor,
Luxúrias mascaradas,
Carrascos seguindo às estradas,
Fechando caminhos...
Este é o destino que roda
Como moeda na mesa,
Mostrando a cara,
Testemunhando o azar
Do transeunte perdido no jogo...



47.      INDIZÍVEL BRASILEIRISMO

...Você sabe o que é padecer de fome?
...Ter o pai, a mãe ou o filho preso?
...Ver a irmã prostituindo-se?
...Depender do tráfico para subsistir?
...Atirar na cabeça de um amigo?
...Desossar o irmão?
... Sobreviver com um salário?
...Habitar nas favelas do Rio?
...Na seca do sertão?
...Agonizar de dor num hospital?
...Procurar um corpo no IML?
...Perder tudo o que tinha?
...Não ver atalho aos sonhos?
...Envelhecer sem te uma casa?
...Morar na rua e comer lixo?
...Ser estuprada pelo pai?
...Currado pelo tio?
...Ter as portas sempre fechadas?
...Ser analfabeto ou semi-analfabeto?
...Ter uma doença incurável?
...Ter graves deficiências?
...Gerar um nenê com aids?
...Ser abandonado num orfanato?
...Perder a vida num assalto?
...Conviver com o caos?
...Depender de um milagre por dia?
...Você sabe o que é empatia social?
...Ou preocupa-se apenas com novela e futebol?



48.       LAVAS

Um dia,
Estes sentimentos todos,
Como vulcão em erupção,
Jorrarão lavas mortais,
Transformarão o mundo
Em caos abrasador...
Destruição que com o tempo
Até dará lugar à beleza,
À arte apreciável,
Esculpida pela ira vulcânica
Da natureza do povo...
Sentimentos impelidos
Pelo desejo de destruição,
Querendo esculpir justiça a fogo,
A lavas incandescentes,
Para consumir formas infectadas,
Desfazer o podre,
Queimar o mal...
Refazer tudo,
Recriar o mundo e a justiça
Pelo poder dos sentimentos
Naturalmente vulcânicos,
Prestes a emergirem
Da inatividade imposta...



49.      PSEUDOLIBERDADE

Tiram-me o direito de comer,
De vestir-me, educar-me;
Abocanham meu dinheiro;
Destroem meu habitat;
Roubam até meus sonhos...
Vivo na mesma fôrma e molde
Que a todos rotula,
Somos gente burra,
Sem nenhuma expressão...
Reprimem minha criatividade,
Minhas atividades,
E tudo o que sou por dentro...
Só resta-me o lamento
De ser censurado
Em nome da preservação
Do justo sistema...
Imperadores nazistas
Disfarçados de bom pai,
Paternidade medíocre e hostil
Que apenas castra-me,
Tolhe-me, obriga-me,
Mata-me por dentro...
Liberdade proibitiva,
Terrorismos mascarados,
Prisão da alma
Na lápide do corpo:
Estou é morto,
Sendo enterrado,
E ainda dizem que sou livre...



50.      POLÍTICO VIL

Anjo rebelde,
Que só reverencia o próprio umbigo,
Vendo nele a razão
Da torpe independência...
Cortou o cordão social,
De criatura, tornou-se criador...
Mero querubim decaído
Que ascende acima dos principados,
Com reinado próprio,
Onde o umbigo é o centro de tudo
E a razão de todas as coisas...


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