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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Poesia Social (da 61 a 65)

(Continuação...)

Livro: Lendas de Um Coração - Poesia em Defesa da Igualdade - Vol. I-2,
Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias.




61.      MITO DO ESPELHO

A política é assim,
Como reflexo imaginário
Num espelho de cristal...
Reluzindo sonhos
Sem sombras,
Cristalizando vida imaterial
Diante dos olhos,
Em uma superfície lisa,
Numa realidade invertida...
Nunca é tocada,
Apenas contemplada
Em ângulos sagrados...
Ao ser vista sem espelhos,
Quebra-nos o encanto,
Retalhando o cidadão-profano
Por quatro anos de azar...



62.      SINA DO POBRE

Início de tudo,
Finalização súbita,
Retrocessos inesperados...
Algum saco furado
Guardava nossos sonhos,
A chuva apagou recentes pegadas...
O recomeço existe
No ponto de chegada
E toda bagagem
Perdeu-se na estrada...
Seguimos descalços e calejados,
Pisamos em feridas do tempo,
Acostumados a andar sobre brasas...
Nosso destino resume-se sempre
Na perda de tudo,
Por nada, por nada...



63.      FOLCLORE

O predador ficava de olho,
No primeiro sinal de vida
Ele gritava: Fogo! Fogo!
E tinha bicho
Que perdia a cabeça...
Fogo! Fogo!
E tinha negrinho
Que perdia a perna...
Fogo! E tinha ave
Que perdia a vida...
O predador via bicho maior,
Gritava: Fogo! Fogo!
Outro atirava: tá, tá, tá, tá, tá...
E era um boi que passava...
Os que saíram à caça de leite,
Perderam-se nas matas...
Foi assim que a violência
Trouxe-nos o folclore do medo:
Mula-sem-cabeça, saci-pererê,
Alma penada, boitatá e chupa-cobra,
Quero dizer: chupa-cabra...



64.      LEIS DA NECRÓPOLE

Prefiro o cemitério
Ao Shopping Center,
Passear entre covas rasas
E divagar sobre a vida
Dos moribundos que descansam
Longe das futilidades das lojas...
Sepulcros são vitrines
Que ocultam manequins,
Aguçam a curiosidade
De quem nada compra...
Flores, ossadas,
Fotografias em cerâmicas,
Esculturas memoráveis...
Ilógicas viagens
De data em data
No curso da história
De figurinos anônimos...
Na vitrine de concreto
Não vejo as etiquetas
Que vestem os defuntos,
A única marca que importa
É a que fica em nós...
Quem comeu refeições chinesas
Fede tanto quanto
Aquele que morreu de fome...
Até mesmo a burguesia,
Que gasta a vida comprando
De shopping em shopping,
Recebe igual descanso
Em mausoléus perpétuos...



65.      DEVANEIOS

Queria escrever num céu azul
Até velar a luz com meus protestos...
Esfumaçá-los com o vento,
Deixá-los como cortina do infinito,
Miragem ao tempo...
Queria que o solo fosse ferido
Com o estrondo de meus gemidos
E a terra sangrasse ao ouvir-me...
Queria que nossas ações reluzissem:
Dissipando as poluições morais,
Deixando o mundo exposto
À vastidão da igualdade plena...


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