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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Poesia Social (da 66 a 70)

(Continuação...)

Livro: Lendas de Um Coração - Poesia em Defesa da Igualdade - Vol. I-2,
Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias.



66.      HERANÇA

Eu e meu pedaço de papel:
Tudo que tenho
São idéias efêmeras...
Se não tivesse o papel,
Não seria dono
Nem dos pensamentos,
Que apagar-se-iam
Com o acúmulo do tempo...
Direitos autorais,
Patente de sonhos,
Posse de fantasias,
São riquezas que tenho
Por mera ironia...
Milenares são os pensamentos,
Mutantes, impessoais, universais,
E ainda há quem diga
Que posso ser dono deles...
Penso, repenso, reexisto,
Logo me transformo...
Mas tudo que tenho
Continua sendo
Alguns pedaços de papéis...



67.      ADEREÇOS

Pode ser que a vida
Não tenha preço,
Nem adereços
Nossa grande luta...
Que tudo mude ao redor,
Até que olhos esbugalhados
Vejam o fim de tudo
E surdos ouçam
A explosão última
Ecoada na catedral...
Que o carnaval da fé
Tire suas máscaras folclóricas
No entardecer da idade,
Que se possa renascer
De cara limpa
E de cabeça erguida...
Razões divergem na busca
Dos valores da vida,
Que com ou sem apreço
Levam adereços da vaidade
Ao fim de tudo...



68.       ...O QUE SOMOS?

...Somos raça predestinada
A ser escarro do Diabo,
Cuspido, pisado, esquecido?
...Somos o vitupério social,
Bode expiatório
Da mazelas políticas,
Aquele que leva os pecados
Da soberania nacional?
...Somos destinados ao martírio,
Como um cristo rejeitado,
Que morre todos os dias
Para a glória dos deuses?



69.      EXCLUSÃO

Um disco quebrado
Toca sua primeira canção
Num peito sem acústica,
De modo que o perneta
Dance a última valsa...
Pobres platéias no porão
À espera do show solidário,
Prestes a gargalhar,
Colocando os dentes
Como escudo...
Até surdos-mudos
Participam da orquestra
Antes da festa oficial começar...



70.      FLORESCER DA MORTE

A mortandade floresce
Na hostil primavera,
Cedendo lugar a espinhos
Que são aguilhões peçonhentos...
Fenecem como insetos
Os que buscam extrair
O néctar mortífero,
Agonizam, como vermes,
Aos pés da flor...
Coroa de flores
Que enaltece a majestade
De quem sofre em silêncio,
Governando instintos
Além túmulos...
Antes que verão castigue flores
Que exalam letal perfume,
Sementes caem, hibernam,
Sobrevivendo a invernos temporais...
Ressurgem espinhos-flamejantes,
Cujas folhas urtigam a pele,
Cuja essência desintegra a alma,
Semeando mortíferas vidas,
Germinando sinistros destinos
Até que tudo mude...
Até que o verão fecunde
O deserto devastador da vida,
Consumindo todo ser vegetativo
Que não floresce nunca...



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