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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Poesia Amor (da 31 a 35)

Livro: Lendas de Um Coração - Poesia em Defesa do Amor- Vol. I-1, Coleção Cactos.
Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias


31. PIRANDO

Conflitos desmedidos,
Sombras dissipadas,
Luzes rechaçadas...
Desconexos sentidos...
...Pirou! Tudo pirou!
Acordei enlouquecido,
Buscando o chão,
Querendo a concretude da vida,
Tentando centrar-me...
Não há saídas...
...Surtou! Tudo surtou!
Declínios subversivos,
Estonteantes abrasivos,
Neuróticas lógicas...
...Aflijo-me! Torturo-me!
Andrógenos alados,
Complexos arquétipos,
Disformes espelhos,
Paradoxais projeções...
Não me vejo como sou...
...Tudo pirou! Surtou!
...Ou será que me encontrei?
...Será esta a minha face?
Desconexa lucidez:
Quantas entradas,
Mundos alados,
Caminhos subversivos,
Abrasivos atalhos...
...Tudo surtou! Pirou!
Centro-me em policentros,
Descentralizo-me, expando-me,
Acordo inconsciente...
Neurótico sono,
Estonteante sonho,
Alucinante vida...
Sou devaneios encarnados,
Surtos multifacetados,
Fragmentos perdidos...
...Pirei! Surtei!
Enlouquecedoras dores,
Entorpecentes amores,
Atordoantes desamores...
...Aflijo-me! Torturo-me!
Neuróticas realidades,
Loucas fantasias,
Sádicas ironias...
...Haverá outras formas de amar?
...Ou de viver o desamor?
...Ou de sobreviver?



32. CARA-METADE

Minha metade
Divaga no espaço,
O colapso de um quarto
Atrai a outra parte...
Tudo se reparte
Ainda mais em mim,
Até que a fusão
Torna-se impossível...
Minha alma fracionada:
Meia metade unindo-se
Em outro quarto,
Outra metade
Apegando-se ao terço...



33. NOUTRO CORPO

...A alegria está em outro corpo?
...Em outra boca, outro orgasmo?
...Marasmo é estar só?
O amor ronda e não pousa,
Não invade meu peito,
Não me arranca a razão...
Há tantas chances,
Oportunidades disponíveis,
Amizades sugestivas...
Penso, repenso, analiso,
Espanto o amor que sobrevoa,
Opto por ser só...
...A felicidade está no beijo?
...Nas carícias orgásticas?
...Na troca de fluídos?
Estou cada vez mais só,
Buscando a razão de amar,
A lógica de casar,
De semear e colher o amor,
De não envelhecer só...
...Haverá sentido noutro corpo?



34. CINZAS

Cinzas são sonhos
Convertidos em fuligem,
Estado irreversível
De tudo que passou pelo fogo...
Redução da matéria sólida
Em porções esmiuçáveis,
Tipo de decomposição
Que se espalha com o vento
E nada mais a religa...
Cinzas são sobras
Do que o fogo consumiu
Em minha vida,
Algo que se transforma
Em fardo sem cor-viva,
Sem beleza ou serventia...
Cinzas são os últimos sinais
De que realmente consegui
Cremar você em mim
Para entregá-la à ventania...



35. AFOGAMENTO

Choro em silêncio,
Silencio o desamor,
Adormeço...
Lágrimas escorrem dos sonhos,
Molhando-me, salgando-me,
Amargando-me...
O mar goteja em lágrimas...
Afogo-me na noturna solidão,
Nas frias ondas,
Refugio-me numa ilha...
Ilhado, choro ainda mais,
Choramingo,
Vingo-me de mim mesmo...
Até que descubro o amor:
Amo, amo, amo,
Como nunca amei antes,
Como nunca ousei...
O amor escorre dos sonhos,
Silencia o choro
E afoga a dor em risos...

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