Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias
91. EU A AMAVA
É um sonho,
O mais belo que já sonhei,
Que invadiu meu ser
E arrebatou-me da realidade...
Vi tudo colorido, florido,
Artisticamente decorado
Ao redor da vida...
E a vida resumia-se
Na beleza de nossos corpos,
Na paquera espontânea,
Que inflamava e acendia
O fôlego dos dias...
Ela me acalmava,
Me fazia ser eu mesmo,
Inteiramente pleno,
Redescobrindo meu espaço...
Renasci, revivi,
Voltei a sorrir por dentro,
De dentro para fora,
Contagiando o mundo...
Um brilho sublime
Maquiava meu rosto,
Nenhum desgosto atormentava
Minha alma livre pelo amor...
Era a felicidade brotando,
Reproduzindo, frutificando,
Espalhando vida
Por todos os cantos...
Já a amava e não sabia...
92. JANELA
Queria atirar-me
Pela janela da torre,
Sentir o impacto
Da dura realidade...
Fazer sangrarem
As vaidades,
Dar à luz
Minha morte súbita...
Renegar para sempre
A janela do passado
Que até hoje tem sido
Única fonte
De luz e de vida...
Cansei de olhar,
De vislumbrar
Estrelas no céu azul,
De não tocá-las,
Não senti-las...
Necessito renascer
E reencontrá-las
Onde tempo-espaço
Não existe,
Onde só o amor resiste,
Preciso ser como elas...
Por isso atiro-me
Sem pena...
93. DIFÍCIL
Queria tudo fácil,
Virar as cartas, mostrar o jogo,
Abrir o baú dos sentimentos
E esparramá-lo sobre a mesa...
Transformar símbolos
Em letras claras,
Palavras fáceis em gestos,
Traduzindo tudo em beijos...
Não há quem não entenda
Um beijo de amor,
O arrepio, o calor, o som do coração,
Não há quem não compreenda
A linguagem destas coisas...
Deitar você sobre a mesa,
Jogar um jogo de amor,
Esparramar o prazer
Sobre todo seu corpo...
Entornar o baú, virar a mesa,
Traduzir tudo em beijos,
Em carícias de amor,
Delírios da paixão...
Perder o medo e a razão,
A vergonha e a roupa...
Apostar tudo num jogo,
Ganhar ou perder,
Mostrar às claras
O quanto a desejo...
Queria tudo fácil,
Mas não quero arriscar
Perder sua amizade,
Cuja presença sem beijos
Já me faz extremamente feliz...
94. MANGUEZAL
Há ciclos lunares em mim,
Cíclicas marés,
Infindos vazios que encharcam
Meus manguezais interiores...
Existem marés fluindo,
Imensidões surgindo do nada,
Inundando margens,
Regando limos,
Alimentando plânctons...
Substâncias ínfimas de vida
Subsistem em meus sentimentos
Como partículas mínimas
De esperanças deixadas pelas marés...
Maresias, fantasias,
Excesso de influências lunares,
Vastidão de mares à mercê das sortes...
Cíclicos limos, infindos lodos,
Fontes de vidas que ainda resistem
Em meus manguezais de amores
Que se enchem e se esvaziam
Pelos luminosos romantismos da lua...
95. TUDO
Doce, sensível,
Seu sorriso me quebranta,
Seu olhar me ouriça...
Com você, eu sorrio...
A alegria transborda,
O tempo voa,
O amor ressurge lindo...
Você é meiga, simpática,
Sua alma é leve,
Seu calor me arrepia...
Com você, eu revivo...
A ansiedade surge,
O desejo me consome,
Meu dia ganha sentido...
Você é tudo, tudo, tudo...
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