Autor: Álef Rosh Benavraham
Total: 100 Poesias
41. VÔO LIVRE
Voei adiante dos olhos
De todas que rodeavam
Meus desejos secretos...
Por meio dos olhares,
Sorri como quem convida
Aos prazeres mais intensos...
Viajei rumo ao infinito,
Vi o sol anoitecer,
Senti o tempo parar
Ao som dos meus elogios...
Falei, amei, pedi, sorri,
Voando adiante dos sonhos,
Buscando a realidade
De encontro aos meus olhos...
Desejos se libertaram de mim,
Voaram em direção
A tudo que se chama felicidade,
Vivendo cada romance
Dos meus soltos olhares...
Arredores repletos de vida,
Vidas transbordantes de amor,
Olhos saltitantes de charme,
Ambiente tomado por sinfonias...
Fiz de tudo um pouco,
Amei um pouco demais,
Viajei acima de todas as luzes
Como se não fosse mais só...
Solidão saiu de mim,
Abandonou meu corpo,
Deixando-me acompanhado
Pelos prazeres dos olhos...
Voei adiante dos olhares,
Vi a felicidade simples em si mesma,
Encontrei a revelação do amor
Na plenitude dos minutos...
42. MAIS UM DIA
Dia frio e sombrio,
Noite sem estrelas cadentes,
Sem namorar na praia,
Sem ver a lua refletir o sol...
Dia sem nada...
Sem flores...
Um dia depois e antes do outro...
Só mais um na solidão...
Mais um no vazio de tudo...
Um a menos do todo...
Dia de saudades
De quando as estrelas cadentes
Atendiam meus pedidos,
De quando a lua iluminava
Meus beijos ao mar...
Saudades dos dias que eram
Um céu estelado de vida,
De significados, de sonhos...
Agora é dia de desencontros...
De desentendimentos...
Só mais um a perder o brilho...
Mais um sem o calor da presença
De quem dava sentido ao mar,
Ao céu, às estrelas, à lua...
Mais um dia sem você...
43. NOVA FORÇA
Hoje eu sei,
Tudo em mim morreu...
Acabou a paz...
Tudo se foi...
Tudo o que era artificial,
Vulgar, pueril, superficial,
Foi consumido pelo fogo...
Simplesmente se foi...
... O que sobrou?
O que brotou de dentro,
O que renasceu,
Sobrou o amor de Deus...
Tudo na vida passa,
Tudo acaba,
Tudo se corrói com o tempo...
Até a vida acaba...
Quando tudo morre,
O amor de Deus ressurge
E me dá forças para recomeçar...
44. PROFUNDEZAS
Na parede do quarto
Um retrato fúnebre,
Um espelho embaçado
E corroído pelo tempo...
Lembranças não refletidas,
Memórias não fotografadas,
Experiências esquecidas...
Até o sentimento inexiste
E, ainda assim,
O corpo estremece,
O coração atropela a boca,
A lágrima percorre o tempo,
Enquanto os pensamentos
Perdem-se nas lembranças
Não testemunhadas...
Quantas coisas guardadas,
Escondidas por trás
Do retrato e do espelho...
45. LIBERDADE
Depois de tanto tempo morto,
Sufocado por sua obsessão,
Agora estou vivo de verdade...
Sou eu, com identidade,
Com a liberdade de ser, de fazer,
De reviver os prazeres da vida,
Sem que nenhuma censura
Me prive dos meus sentimentos...
Depois de tanto tempo preso,
Agora estou livre de verdade...
Não há pecados, culpas,
Nenhuma condenação mental,
Nada de anormal por eu ser
Eu mesmo a qualquer tempo...
Estou livre, estou vivo...
Não há preço que pague
A paz que estou sentindo
Por ser o dono da minha vida...
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